Ser vegetariano é ter consciência de que para vivermos não precisamos de provocar a morte de nenhum animal. É estarmos mais conectados com o planeta e a tudo o que ele comporta. Afinal de contas não há um planeta B.

Alguns seguem uma alimentação vegetariana pelo bem-estar animal, outros pelo ambiente outros pela sua saúde.

Eu vou mais além, pois posso ser vegetariana a consumir batatas fritas da França e ingerir refrigerante proveniente dos EUA, logo sou vegetariana mas sem consciência.

Essa consciência embarca não só a alimentação como a origem dos produtos, a sazonalidade dos mesmos, o seu processamento e embalamento.

Dou por mim muitas vezes a olhar para a rotulagem dos vegetais e legumes e percebo que uma boa percentagem é “made in” todos os lados menos no país em que estamos. Fará sentido quando queremos que a nossa economia melhore estar a promover outras economias e com isso aumentar a pegada ambiental?

Comer alimentos dentro da época e locais permite não só adquirir alimentos mais frescos e nutritivos como promover também a produção local, proteger o ambiente e, os alimentos quando consumidos na época a relação qualidade/preço é sempre melhor.

Uma outra situação, com o stress dos dias de hoje, vegetarianos e não vegetarianos optam, muitas vezes por produtos altamente processados, com corantes, conservantes e outros compostos adicionados para que o convença a se tornar um consumidor ativo da indústria.

Normalmente estes produtos não só têm uma quantidade de ingredientes adicionados, como a qualidade da matéria-prima é medíocre, exceto quando biológico, bem como a sua origem, e levanto a questão do embalamento, que normalmente é em plástico.

O plástico liberta vários compostos, tais como o famoso BPA e ftalatos que são considerados disruptores endócrinos, logo prejudicam a sua saúde, quando descartados, e não reciclados, levarão seculos a desaparecer e com eles desaparecem igualmente outros animais, como peixes, aves e contaminam as águas e solos.

Assim, vegetarianos ou não vegetarianos, optando por estes produtos, não comem animais mas prejudica-os, e impulsionam a destruição do meio ambiente.

Quando queremos fazer “a nossa parte” para o Todo não basta não comer animais, tem que alargar a sua consciência.

Então aqui fica alguns passos para ser um vegetariano consciente:

1. Escolha alimentos e não produtos que se comem. Confecione a sua comida.

2. Opte sempre que possível por alimentos biológicos. Se não forem biológicos retire as cascas.

3. Sempre que possível opte por produção local ou o mais perto possível, se poder ser “made in” Espanha que não seja “made in” Perú.

4. A escolha dos alimentos devem respeitar a sazonalidade.

5. Sempre que possível compre a granel.

6. Faça reciclagem.

7. Reutilize as embalagens de vidro.

Sobre a autora

Magda Roma - É nutricionista, formadora, consultora nutricional em restauração coletiva e autora de 5 livros sobre alimentação e saúde. Quanto à sua formação, é especializada em "Alimentação de base vegetal" pela Un. Cornell, USA, "Alimentação vegetariana" pelo Health Vegetarian Institute, USA. Em Portugal é pós graduada em "Saúde e envelhecimento" pela Un. Nova de Lisboa e licenciada em "Ciências de Nutrição", Instituto Egas Moniz. Iniciou a sua carreira em 2004 passando pela indústria alimentar animal, hospital público, clínicas privadas, formação, consultoria e dirigiu algumas empresas do ramo de saúde e bem estar. Website: www.magdaroma.com. Instagram e facebook: @magdaromanutri